Marcos Cunha Ribeiro - ET

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Definir Skate:

Pra mim, a melhor definição de skate é a sensação de liberdade, ser dono de seu próprio nariz, sem regras, onde sua vontade é superior as convenções, nada pode te barrar, os obstáculos tem que ser superados, o importante é sua satisfação pessoal. Todos os dias a qualquer hora poder se divertir. Prazer e Diversão definem bem o skateboard pra mim.

Campeonatos

Acho campeonatos de skate um mau necessário. Desde os primórdios da humanidade o homem tem necessidade de provar que é melhor que o outro, tornar-se um deus olimpiano. Ser forte, melhor, se aplica a competidores de ingestão de cachorro quente até eventos de skate, e por que não, a final é a melhor forma de divulgar alguma coisa. Participei , criei (PiraPro I 95 e II 96, Andrada VertPro 96, alem de incontáveis números de eventos amadores), julguei, fiz locução, só não ganhei, para mim campeonatos sempre foram as melhores festas, onde podíamos nos confraternizar com aqueles que viviam as mesmas experiencias, andar com os melhores de todo pais , divulgar nossos patrocínios, fazer aquela social vip, e de quebra para os felizardos saírem com alguma grana e titulo. Em fim campeonato é legal pra quem compete, divertido pra quem assiste e stressante pra quem organiza . Competi profissionalmente ha decada de 90 toda , como profissional de street, downhillslide(10 lugar profissional nas temporadas 1995/97),longboard, mini-ramp, basicamente o mais velho em todas as competições em que participei. Aos 36 anos encerrei minhas participações no cenário competitivo profissional, mas continuei a integrar grandes equipes e a lançar model de camiseta e shape. No geral campeonatos e por que não?

Por que skate?

E por que nao? Venho de uma geração que sonhava com a onda perfeita, dos dias intermináveis de muita session, eu e meu skate, somos um so. Não sai de casa sem, minha mãe se irritava um pouco com o brinquedo que roubava toda minha atenção, a cada desaprovação mais eu me apegava , mais me senti dono da minha historia, onde nada importava, a não ser andar. Arrumava treta na rua, skate era coisa de maloqueiro, era isso que me fazia afeiçoar cada vez mais. No final dos 80 em Sampa tem o skate proibido em áreas publicas, isso colocou-o em evidencia e a vontade de burlar a leia era maior que qualquer apreensão. A ideia era chocar e não ser aceito. Passar uma tarde na praça Roosevelt [80/90) era estar na melhor pra do mundo, sonho ate hoje com aquelas paredes circundando a área, sessions memoráveis. Skate é tudo pra mim, meu amigo confidente as vezes algoz, mas sempre nos entendemos , a final um relacionamento forjado em 1976 e que já passou por altos e baixos nunca ira acabar . Soul Skater esta minha definição .

Life Style

Vivo o skateboardig plenamente desde 1989, quando consegui o primeiro patrocínio remunerado, de la pra cá me sustento exclusivamente da pratica do meu skate. Minha vida é andar de skate e este é o meu estilo, acordar olhar a pista e dropar, todo dia toda hora.

A melhor e a pior coisa do skate

A melhor coisa que o skate me trouxe foi minha esposa, você me perguntaria por que? E eu te responderia, ela dividia casa em Floripa com as irmãs do meu brother BianoBianchin. Logo se não andasse de skate nunca teria conhecido o Biano e encontra partida nunca teria conhecido a Virginia que também é gaúcha. O skate só me trouxe coisas boas, minha identidade, profissão, amigos, namoradas, viagens, carros, baladas… Me deu motivos pra ser ainda mais feliz, principalmente hoje que estou com 55, e ando todos dias na minha casa, #madcornerramp, uma mescla de street snake e bowl, criado pelo DanielzinhoArnoni. Aqui desfruto da verdadeira essência do skateboarding, sem stress, crownd, paz ao extremo. Só agradecer.

Pior acho que são os machucados, os traumas que ficam incutidos na cabeca . Em 2018 estava no maior ritmo, em um banks irado que saiu em uma cidade vizinha, BragançaPaulista, estava indo toda manhã até uma fatídica sexta feira, que cai e bati a cabeça, fiquei jogado por meia hora no flat, como era cedo, não tinha ninguém pra me ajudar, mesmo assim, consegui sair e voltar pra Atibaia, dirigindo só, estava tonto, meio desorientado. Chegando na City, em vez de ir pra casa fui tentar dropar a rampa do Quadrado, mas não consegui… Hoje passado dois anos tenho o meu skate totalmente debilitado, chegando a ficar meses sem dropar de altura nenhuma, mas isso não me desanimou e nem desanima. Acho que isso sem dúvida é a pior coisa , ha tenho também uma prótese anelar no olho direito. Como amo o sk8.

O que fazer pelo skate

Andar, andar, andar , andar e tentar emplacar projetos enviados ha algumas prefeituras pra 2021, é o que fiz. Agora é torcer pra que sejam realizados.

Uma viagem que o skate trouxe

Quando passei pra profissional, o que me seduziu foram as viagens, não importava pra onde, so o fato de poder ir mostrar seu skate a outras cidades e pessoas, sem gastar nada e ainda receber por isso, como é style. Participei de incontáveis Tours pelo Brasil , todas registradas pelas revistas TriboSkate e CemporcentoSkate. Lembrei de uma bizarra. Saimos de Londrina- PR com destino a Blumenau- SC, numa terça feira, no Gol quadrado do MastersonMagrao. Alem do Magrao, na caranga estavam o AriBason o BianoBianchin e eu, a cada posto policial éramos parados, revistados, andávamos para os policiais, dávamos adesivos e material promocional, foram muitas paradas… Sao tantas viagens incríveis que ficaram na memória e nas paginas das revistas da época.

Familia skateboard

Cada um tem a sua, desde que sai de Sampa em 2001, minha família skateboard, que se amontoava em casa (tive quadro no programa Sequela em 2000 Sportv, MariaAntonia64 por causa disto), esfumaçou, na verdade muitos eram apenas companheiros de equipe nada mais. Ando todos os dias sozinho, tenho poucos familiares no skate , mas sao os melhores .

Skate ontem , hoje e amanhã

*AnteOntem
As revistas Skaterboard e Brasil Skate faziam a minha cabeça e acredito que de muitos, estar em suas paginas era algo a ser apreciado e não invejado.

*Ontem
Overall, Yeah, Skating era encontrado em qualquer banca de jornal, qualquer um poderia ter acesso a informações, o segundo Boom do skate projeta um futuro glorioso.

Nos 90, crash geral e o skateboard é relegado mais uma vez ao quase total esquecimento, isso so não aconteceu porque o skate ja havia enraizada na vida de alguns skaters/jornalistas como CesarGirao, FabioBolota, Helio Greco e outros nomes do jornalismo skatistico da decada passada. Juntos lançaram a pedra fundamental do skateboard moderno, como vemos hoje. A TriboSkate foi importante para nosso universo, porque através dela podemos conhecer novos picos, marcas, produtos, manobras, skatistas de ponta, musica, a cultura skateboarding por completo, e abriu as portas para novas publicações como a revista CemPorcentoSkate, que esta na ativa ate hoje. Nessas paginas você viajava, sonhava…

*Hoje
Um mundo novo, onde cada um cria sua historia em suas redes sociais, recheadas de likes de amigos e seguidores. Novos velhos baba ovos, pais enfiando o skate goela a baixo em seus pimpolhos, não que isso seja novidade , mas hoje esta forcado, meninas de fio dental andando e postando pra galera… Mano estou totalmente fora desta ordem mundial, sou velho e hoje me sinto mais careta e retrogrado que minha mãe. Super positivo é a quantidade de pistas, acesso a produtos de qualidade , poder filmar suas manobras sozinho, as manobras estão mescladas o estilo mais bonito e aprimorado. Os verdadeiros estou andando muito e isto ja me deixa muito feliz. Mas toda aquela essência que eu escrevia hoje não existe mais. Por esta e outras razoes que não saio da minha área

*Amanhã
Nem imagino , o que posso garantir é que eu estarei andando, quanto aos skatistas em geral e suas manobras estao insanas, e isto é oque realmente importa. Sk8 na veia 4ever!


MarcosET CunhaRibeiro , skate desde 1976 apoio @1968skateboards @Sequelaboardas @SPRock. Skaterordie

 


Marcos Cunha Ribeiro nickname MarcosET
Nascido em Sto Antônio da Platina / PR , 30/09/65
Prática sk8 desde 1976, profissional desde 1989
Trabalhou como Redator da Tribo Skate , assinou coluna EspaçonavedoET de 92/99
Lojista empresário MadCorner Sk8Shop e marca 93/95
Produziu dirigiu e apresentou programa de TV Altiora 2006/07, assinou coluna de crônicas nos jornais 2006/2007
Apoios atuais Sequelaboards e SPRock
Mora em Atibaia desde 2002
Casado com Virgínia Frantz
Três gatas adotadas Gigi, Mitsy e Lara , além de um agregado Bolinha