Nascido na cidade de Joinville/SC Luca Tuã é fundador, palhaço e produtor da Cia Circo-íris que tem sede em Canelinha/SC. É filiado a Federação Catarinense de Teatro.
Como palhaço GRAPIXO, atua em diversos eventos, performances, números, criação de conteúdo digital e compõem o elenco dos espetáculos “Cabaré da costa – um mar de possibilidades”; “Pequeno Circo de Variedades” e “Circo do minuto”.
Para conhecer mais seu trabalho acesse @grap1xo
Como surgiu a ideia do palhaço?
Veio por conta dos artistas de rua que eu encontrava nas sinaleiras no dia dia na época em que eu era motoboy. Fui me encantando cada vez mais com os malabaristas e artistas circenses que ocupavam as ruas. Aos poucos fui aprendendo a fazer malabarismo e meu pai que já trabalhava com arte me indicou fazer um curso de palhaço na escola de palhaços do circo da dona Bilica em 2015. E assim fiz esse curso técnico, foi lá que me formei como palhaço. Uma das coisas que meu professor falava é que é importante usar brinquedos que a gente gosta de brincar desde criança pra buscar nossa forma autêntica de se comunicar com o mundo e o meu brinquedo era o skate, desde então pesquiso o skate não só como objeto de manobra mas também como brinquedo pra fazer comédia.
Qual a reação das pessoas na rua quando te veem caracterizado de palhaço e com skate?
Bom, varia muito de pessoa pra pessoa, mas em geral as pessoas se surpreendem, são receptivas. É algo diferente então chama bastante atenção, é uma ótima ferramenta de interação com as pessoas.
Inspiração no Simon Woodstock?
Pra falar a verdade eu não conhecia o Simon. Fiquei sabendo dele por você, fui pesquisar mais sobre ele vi que temos bastante coisa em comum, a partir de agora vai ser mais uma referência pra mim. Obrigado hahaha
Nos campeonatos, vi que voce é o que mais se diverte. Conta um pouco disso.
Faz pouco tempo que participo de campeonatos. Mas eu vou mais pra brincar mesmo do que pra ter algum resultado. Gosto de quebrar algumas expectativas. Normalmente nos campeonatos os atletas estão buscando resultados. Eu só quero brincar e me divertir, ser um momento de descontração e respiro no meio de toda aquela tensão. Se consigo fazer alguém rir, sinto que já realizei meu trabalho.
Não tem medo da zoeira?
A zoeira é o que eu mais gosto, então uso ela a favor pras minhas brincadeiras hahaha
Como é a reação dos outros skatistas?
Alguns estão tão imersos na competição que não se abrem para as interações ou brincadeiras, eu entendo. As vezes é preciso focar pra ter um bom resultado. Mas acho muito mais legal quando os skatistas entram na brincadeira e levam esse momento de competição para um momento de comunhão pelo skate. Viver o momento presente é mágico inclusive ajuda a combater a ansiedade de “acertar aquela manobra”.
Tem intenção de se tornar profissional como skatista?
Não tenho intenção em ser profissional. Mas quero constantemente evoluir meu skate buscando meu estilo próprio e me divertir cada vez mais com ele e por consequência fazer as pessoas se divertirem também. Quero cada vez mais participar de eventos/campeonatos de skate e levar minha arte, como também que tenham outros artistas da a cultura de rua e do hip-hop por exemplo, pra gente nunca esquecer das nossas origens.
Me falou que na sua cidade não tem pista. Como supera essa necessidade?
Sim, na cidade onde moro, Canelinha não tem pista, é uma cidadezinha de interior com 12mil habitantes apenas. Uma época teve uma miniramp, mas infelizmente demoliram. Recentemente construíram uma quadrinha com o piso liso que dá pra fazer algumas manobras de solo e sempre que vou, levo meus skates pra incentivar a molecada a andar. Logo vamos começar a construir alguns obstáculos pra evoluir cada vez mais. Mas pra andar em pista normalmente vou pras cidades do lado como Tijucas e São João Batista onde tem pista e busco ir com frequência a Florianópolis que atualmente tem várias pistas.
Espero que em breve Canelinha tenha cada vez mais skatista para que a prefeitura da cidade veja o skate como uma prática que deve ser incentivada como o futebol é, e construam uma pista por lá, ou até mesmo ter um movimento sólido de skatistas para construir uma pista com nossas próprias mãos!