- Qual a reação das pessoas quando ouvem de voce: "sou skatista. Na verdade, como minha aparência física mudou um pouco…rs… Quando eu quero entrar no assunto, eu já me antecipo e mostro algum vídeo recente onde eu tô “em ação”...rs… Geralmente um dos vídeos onde eu estou descendo a Mogi-Dutra aqui na minha cidade, ou alguma foto de campeonato onde minha barriga já se destaca no macacão…rs Aí as pessoas se concentram mais no que eu faço no skate do que na informação de quase ter que convencer alguém que ando de skate, apesar de eu, mesmo na minha “profissão”, continuar me vestindo como um skatista. Além disso, eu tô muito cercado de pessoas que me conhecem justamente por causa do skate. - O fato de ser skatista, te atrapalhou profissionalmente de algum modo, tipo preconceito, desconfiança? O Fato de ser skatista te atrapalhou profissionalmente de algum modo, tipo preconceito, desconfiança ? Puxa, essa vai ser a resposta mais inesperada que vcs vão ler mas, por incrível que pareça, o skate me ajudou e me ajuda demais na minha profissão, pois minha atividade é vista como algo muito formal, e quando o fato de eu ser skatista vira meu cartão de visita, ele me aproxima muito mais das pessoas. Porque vêem num skatista a imagem de um cara moderno, aberto culturalmente (pelo menos hoje é assim). E o fato de eu ter competido muitos anos como profissional, inclusive no exterior, me dá esse crédito também. Na verdade o skate me ajuda na minha “profissão”, mas por incrível que pareça, minha profissão nem sempre me ajuda nos meus relacionamentos no skate. E se por um lado, dentro da minha atividade profissional eu não sofri preconceito por ser skatista, no meio do skate eu já sofri alguns “chega pra lá”, por fazer o que eu faço. Mas eu entendo, porque a imagem que a mídia passa é de uma minoria que só queima o filme e distorce a real essência da minha atividade. Eu já estive na ladeira algumas vezes e quando ia simplesmente cumprimentar alguém, a pessoa saia de perto. E quando fazia alguma oração no pós briefing de campeonato, tb havia os que ficavam rindo ou fechavam a cara. Mas há também os que me receberam de coração aberto, que me convidaram pra fazer seus casamentos, batizar seus filhos. Skatistas como Alexandre Maia, Ricardo Caco, Felipe Cobra (que é católico bem praticante), são alguns exemplos disso… Mas eu tenho a sorte de pertencer a uma instituição que se relaciona super bem com o esporte, porque viemos justamente dele… Surfistas, skatistas, snowboarders, Wakeboarders e atletas de um modo geral, se identificam muito com a gente. Sem contar que caras como Glauco Campon, Marcio Tarobinha também são pastores hoje, e como a gente costuma dizer, estão “saqueando o inferno”...rs… Ah, preciso falar de um cara muito importante pra mim, Christian Hosoi, que deu nome ao meu filho (já que o nome tem o significado de “seguidor de Cristo”) e que, por causa da minha função misturada ao fato de eu ser skatista, me permitiu passar uma semana inteira sendo seu motorista no Brasil em 2017. Imagina , vc andar de carro com o cara que vc mais admira no skate mundial. E eu só tive essa oportunidade pq fora do skate, temos a mesma atividade. Bom, quem leu até aqui, já se ligou que sou pastor, mas isso é só uma função, um mero título, que às vezes faz algumas pessoas se afastarem. Mas ser skatista, sempre agregou amigos ao longo de quase 40 anos em cima do carrinho e é a identidade que mais me orgulho em ter… Obrigado pela oportunidade, um abraço; God bless You all; |