No auge skateboard, os skatistas brasileiros tinham um contato bem restrito com o mundo do skate, haviam apenas algumas revistas, Skateboarder, Action Now, Poweredge, Wild World of Skateboarding, e mais uma ou duas, e eram raras de se encontrar e muito, mas muito caras. Algumas vezes era preciso ir ate a banca do aeroporto pra conseguir ficar 5 minutos folheando e degustando uma delas.
Foi numa dessas revistas, Skateboarder de dezembro de 1978, que uma matéria que falava de um cara meio maluco, com uns skates muito estranhos e grandes chamou a atenção, esse cara se chamava Ed Economy.
Eram skates muito maiores que os tradicionais, e ele andava em todo lugar que era possível. Piscinas, pistas, ladeiras e ate no flat.
Provavelmente ele nem tenha sido o primeiro longboarder, mas com certeza foi o primeiro a se destacar. Junto com Tom Sims, levaram o longboard ate as páginas dessas revistas e mostraram o que era possível fazer com aqueles skates com medidas um pouco fora do tradicional.
Skatistas que desafiaram os tamanhos tradicionais dos decks, que começaram com modestas 24 polegadas e hoje giram em torno das 30, e montavam verdadeiros troncos com 40, 50 polegadas e dai pra cima.
Seguindo os passos desses pioneiros, aqui no Brasil surgiram alguns malucos com skates um pouco maiores que o normal. No bairro do Sumaré, aqui em SP, nomes como Vitório, Tchap Tchura, Flavio Ascanio, James Thisted percorriam a ladeira da pracinha com seus longboards. No Morumbi, tanto na Circular do Bosque, quanto na Queirós Guimarães (Tapetão) outros também desciam aquelas ladeiras. Esses nomes são apenas alguns, e seria necessário a ajuda deles pra me recordar de outros.
Na Wave Park, também tinha um cara que dropava aquelas paredes insanas com um skate bem fora dos padrões, Billy Argel, Aderbal na época. Pra quem não sabe, se nos EUA existe o Jim Phillips criando artes imortalizadas nos shapes e adesivos, aqui nós temos o Billy, que com a HighGraf criou os desenhos da maioria dos shapes nas décadas de 80 e 90.
Hoje, essa variação de tamanho nem sempre significa vanguarda, representa mais um estilo dentro do skateboard.
A ideia aqui é mostrar esses skatistas que inovaram, pegaram skis, portas de armários, tabuas das mais variadas origens e montaram seus trucks nelas. Muitos eram ironizados, até debochados, mas não desistiram, levaram adiante um conceito que introduziu uma modalidade: Longboard Skate.
Aqui vão alguns desses pioneiros.