VIII Vivência em Construção de Pistas de Skate

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 Por Marcelo Sanzoni 

No sábado e domingo (14 e 15) de agosto rolou a VIII Vivência em Construção de Pistas de Skate, foi um curso de como se construir pista com maestria feito pelo mestre e lenda do skate George Rotatori. Também, mas acho que acima de tudo é uma vivência pela qual todo skatista deveria passar pelo menos uma vez na vida.

 

Tudo começou com um grupo de estranhos, alguns até já conhecia, mas eu olhava ao meu redor e só pensava, “Bom, mais um corre”, e ao longo do primeiro dia que foi banhado em informações de extrema relevância, não só para quem constrói pistas, mas também para quem quer ajudar a fiscalizar construções de pistas locais, tudo terminou com um espaço onde cada um pode falar um pouco sobre si e sobre suas motivações, e que apesar de um dia onde pudemos nos conhecer, foi ali que a bomba caiu e entendemos que o que iria rolar ali não era só um curso qualquer, mas sim que estava se formando uma “unidade”, estava se formando uma nova família na qual o Rotatori não era mais o grande mestre, mas um irmão do skate com o qual todos tínhamos muita liberdade.

Já no segundo dia, eu percebi que acordar cedo não estava sendo algo ruim, mas na verdade eu estava ansiando por estar perto daquelas pessoas novamente, pessoas que um dia atrás eram completas desconhecidas, mas após o café da manhã também veio a realidade, era o dia do curso prático, a hora de misturar cimento e se sujar inteiro, uma tarde onde pudemos acompanhar um amontoado de pedras, cimento e tudo mais, se transformar em mais um trecho da pista que a mais de 5 anos vem sido construída na Arena Radical. Momento em que pude presenciar o amor de todos presentes pelo o que estavam fazendo, o amor do próprio Rotatori, que poderia facilmente ficar sentado falando como fazer, mas pelo contrário, estava se empenhando tanto quanto todos na construção e onde apesar do empenho de todos, uma pessoa me chamou muito a atenção, um rapaz de Paraty, o Douglas foi um cara que mesmo na hora do Happy Hour continuou dando acabamento na pista, e que em cada passada de espátula deixava claro o quanto o amor dele pela a construção de pistas era tão grande quanto o do mestre Rotatori.

Ao final do segundo dia, um lado da mente o corpo pensava “Borá descansar vagabundo”, mas o coração dizia “Essa será nossa despedida dessa galera? Eu queria naquele momento continuar naquele universo paralelo que criamos em que éramos uma família, uma unidade. Foi quando uma das meninas do grupo, a Déa (perdoa se escrevi errado), veio conversar e eu pude ver os brilhos nos olhos de alguém que amava a construção de pistas e que realmente estava disposta a sair dali e não só ganhar dinheiro construindo pistas, mas disposta a fazer as melhores pistas possíveis para o skate e para quem estiver nela. É difícil falar de todos, mas no caso desta vivência eu pude realmente perceber nestas duas pessoas (Douglas e Déa) algo que não que fosse mais que dos outros, mesmo porque acho que todos estavam na mesma vibe, mas neles eu pude enxergar que não se tratava de fazer rampas, mas de investir seu coração naquelas pistas.

Resumindo, porque acho que já me estendi demais, o que presenciei é que o George Rotatori  tem um dom, não só o de construir pistas, nem mesmo estou falando o de andar muito, mas o de transmitir paz e gerar união para aqueles que o cerca, ele conseguiu criar um curso para falar de construção de pistas de skate, mas que no final das contas, faz com que você saia de lá sendo uma pessoa melhor, não sei explicar em que momento exato ele conseguiu transferir esta informação, mas realmente ele tornou um curso em algo essencial para a vida de um skatista e que definitivamente deveria ser um curso com maior visibilidade e periodicidade.