Wave Park - A pista - Parte 1

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A Wave Park é o equivalente ao Lollapalloza dos anos 70 - tempo de Woodstock, pois era um pico onde voce encontrava a galera mais hype, com os looks do momento e de quebra ouvia músicas, que estavam tocando nas caixas das pistas da gringa, que voce só sabia da existência por causa da revista "Skateboarder".

Foi uma época onde a única revista se chamava "Esqueite", que era muito cara pra produzir e então mudou para Jornal do Skate, papel e impressão mais barata, ambas do cara com histórias incríveis, sim...  Pouco depois, ainda durante o Jornal do skate surgiu a Brasil Skate.  Muito bem feita, mas produção cara, não durou muito.

Pode-se dizer, usando um velho chavão, que a Wave Park foi um "divisor de águas"!

Era o que tinha de mais parecido com as pistas que apareciam nas revistas, e muitas vezes, mais radical e difícil de praticar um esporte que estava, por assim dizer, nascendo. Daquelas paredes surgiram nomes que até hoje, habitam matérias e noticias do nosso skateboard. Bruno Brown, Jun Hashimoto, Kao Tai, Formiga, Porque, Leitão, Bola 7, e tantos outros que faltaria espaço pra enumerar.

 

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Charles Putz - O idealizador

A ideia da Wave Park começou a se formar na minha cabeça uns dois anos antes de eu colocá-la em prática. Naquela época, ainda não existia pista de skate no planeta, mas lá na Califórnia a galera já mandava ver nos ditches e nos reservatórios secos, o berço do estilo banks. Por aqui, a gente só andava de skate nas ladeiras das ruas de asfalto, e a Rua de Lazer de Skate (hoje Rua Circular do Bosque) no Morumbi era o nosso point.  Só que lá era proibido carro, só skate.  Pra subir a ladeira a gente tinha que dar uma caminhada puxada, e aí eu pensava: puxa, um ski lift aqui seria show, pra subir segurando como a gente fazia agarrando nos carros em outras ruas.
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Bruno Brown

Bruno Brown foi um cara visionário, além do tempo. Foi o primeiro que trouxe gringos para o Brasil, Tony Alva que era um grande amigo dele, foi talvez o primeiro a trazer peças de skate gringas e é, até hoje, considerado o mais skatista de todos os skatistas, chegaram a dizer que corria uretano nas veias dele.

Se nos EUA eles tiveram Jay Adams, nós tivemos Bruno Brown.

Infelizmente não tem como colher depoimento dele pra essa matéria, mas tirei esse trecho do documentário "URETANO NO ASFALTO" onde ele fala da sua percepção da Wave Park:


"Eu lembro quando ficou pronto o bowlzão, que eu fui lá, cara, eu fiquei em choque. Fui 3 dias seguidos, pra criar coragem, e dar a primeira descida. Eu falava, não é possivel, eu ia lá, voltava pra casa sonhando, sabe quando voce se sente um bunda, falava não é possivel, não tive coragem nem de tentar descer, já via os caras lá em cima..."

 

 

         

 

Quem andou na Wave Park

Convidamos alguns skatistas que fizeram parte da vida da Wave Park, para falar sobre ela.
Contar histórias, dar impressões, contar como era andar nesse verdadeiro monumento ao skate brasileiro.
1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Parecia que eu tinha chegado no Hawai, Deu até tontura quando eu dropei a primeira vez

2. E quando viu os locais andando?

Não existia os locais, andei assim que abriu, so tinha o bowlzão

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

A WP foi muito a frente da época, o real skate surf style, era pipeline de concreto

4. Como era andar nessa pista?

Era surf, o que interessava era usar as paredes como uma onda.

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

Um sonho que nunca terminou, sigo sonhando com ela há quase 50 anos

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Tive o privilegio em dar os primeiros aéreos do Brasil, no vertical, bolzinho do coping foi um marco no skate nacional. Ser da melhor equipe multi esportiva do Brasil, Gledson ter companheiros de equipe como Ayrton Senna do kart, ter sido o primeiro campeão brasileiro em pista, infantil Floripa 78, acertar o 1° aereo em campeonato e o primeiro brasileiro a competir internacionalmente em pista, no bowl de Del Mar 79 foram momentos espetaculares na vida que a WP me proporcionou

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Os Wave Boys em geral, o Jun principalmente, de fora da equipe o Kao Tai. O Kao é a maior personalidade do skate overal brasileiro, tudo era difícil, não tinha papai apoiando ninguém, ele foi uma referencia indiscutível, o melhor disparado em todas modalidades somadas, estilo livre, banks, vertical ou velocidade, pegava onibus e fazia o que fosse preciso para andar de skate. Em uma época que dinheiro não era realidade no esporte O cara que tinha o estilo mais bonito fluindo nas paredes dos banks e snake da Wave Park era o Cassio Leitão, apesar de não ser manobreiro

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Eu, como todos, via as revistas gringas e ficava na maior fissura procurando alguma inclinação pra andar, tinham rampas em todo lugar e já conhecia a pista de Alphaville quando começou um zunzunzum que estavam construindo uma pista perto do Cine Vila Rica na Av. Sto Amaro.
Quando cheguei lá estava em obras, só tinha uns buracos na terra e a gente andava sobre umas tábuas e quando fizemos a curva (o terreno era em “L”) e vi o bowlzão já cimentado lá no fundo foi um choque, tipo uma miragem.

2. E quando viu os locais andando?

Nessa época nem tinham locais, éramos todos conhecidos com turmas separadas por bairros. O skate era overall, uma mistura de downhill com estilo livre e rampas de madeirit, com a Wave Park rolou um divisor de águas, alguns caíram na pista pra valer e outros foram mais pro estilo livre, algumas lendas vivas do skate, como o Tchap Tchura, nem andaram lá e completos desconhecidos, como o Jun Hashimoto, se tornaram superstars.
Mas claro tinham uns que já arrepiavam desde o começo: o Zecão e o Dadinho (surfistas de Ubatuba) o Marcos Alencar, Peninha, etc. isso tudo bem antes dos Wave Boys.

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Acho que não.
Aquilo lá era o tempo da pedra lascada, tudo experimental no jeito de andar, nas pistas. O proprio desenho da Wave era experimental, tinha uma parte da pista que ninguém usava, o snake pequeno que terminava no Bowlzão vivia as moscas até a reforma que fizeram o Bowlzinho, mesmo assim, ninguém usava o começo do snake.
Hoje o skate é super desenvolvido com trocentas manobras, nem tem porque um vertical daquele tamanho mas, sem dúvida, queria ver um Pedro Barros andando lá. Seria um showzaço de skate!

4. Como era andar nessa pista?

Era tudo muito primitivo, estávamos inventando as coisas.
Nosso repertório era muito limitado comparando com o skate atual, era puro Go For It, equipamento ruim e super perigoso, mas a molecada se jogava!
O Bowlzão era animal, pelas dimensões, pelo vertical gigante, mas as linhas eram muito parecidas, poucos inventavam lá, demorou pro pessoal se soltar, no fundo tava todo mundo meio cagado!
O Snake que terminava no bowl triangular era o que eu mais gostava, era menos intimidador e dava pra inventar mais, forçar na velocidade, improvisar linhas próprias, estilo, etc.
O Bowlzinho com coping era muito rápido, pequeno e sem transição, era o lugar mais perigoso da Wave, tomei uns tombos radicais (não só eu!) e nunca fiquei muito a vontade lá.
Foi ali que os Wave Boys: Bruno, Jofa, Ralph, Jun e Formiga, entre outros fizeram diferença!

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

Aquilo pra mim era o paraíso, não só do skate, mas também da social, dos amigos.
Eu convivia com todo tipo de gente de vários lugares e idades, isso me levou a experimentar coisas inviáveis para um moleque de 16 anos.
Fiz viagens bem malucas para outros estados pra andar de skate, caí na night, etc, etc. Me diverti e aprendi muito lá!
E não tem como não tirar o chapéu pro Charles Putz, seu primo Sergio e família que naquela época cometeram a loucura de construir essa porra toda!

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Lá tudo era proibido: não podia andar sem capacete, não podia tirar fotos, não podia isso, aquilo então qualquer coisa fora dessas regras era interessante!
Tinham as “Sessões Malditas” que rolavam depois do fechamento da pista as 9 da noite, a gente dava um tempo, pulava o muro e continuava andando até altas horas. Sabendo disso, o Charles instalou correntes com cadeados na pista, pra acabar com a graça da galera, mas pegávamos umas madeiras na obra vizinha, levantávamos as correntes numa espécie de circo e o skate rolava solto embaixo!

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Pra mim os mais impressionantes nem sempre eram os melhores, sempre me interessei por quem andava com personalidade, estilo, velocidade e o Maçarico era esse cara!
Tinha também o Bola 7, o Peninha e outros que não eram os melhores, mas era legal de ver.
O Charles pinçou os melhores pra formar a equipe da Wave, mas muita gente quebrava lá: Os pioneiros que já citei, o Kao Tai e o pessoal da Costa Norte, da Prisma, DM, a galera Pig City, muitos “avulsos” e uns caras de fora como o Cesinha do Rio e o gaúcho Mico Sefton.

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Me lembro muito bem quando cheguei na Wave Park à primeira vez. Eu e o Pedrão sabíamos que a pista era na av. Santo Amaro, mas quando chegamos só havia um muro com uma cerca… o muro era relativamente alto e de repente uma figura aparece na cerca ( essa figura era o Bola 7 e nos direciona para a rua ao lado onde era a entrada da pista. A pista ainda estava em construção e havia uma rampa de madeira que dava acesso ao bowl médio, mas nada se compararia com a surpresa que viria a poucos metros a frente… a primeira visão do Bowlzao (como era chamado) mudou totalmente a minha ideia sobre o skate que até então era em ruas sem transições… agora começaríamos a andar em paredes…

2. E quando viu os locais andando?

Nessa época já existiam várias tribos de skate, o pessoal do Morumbi, da rua do laser, lá do Sumaré, do museu do Ipiranga, da Saúde… eu andava muito no Ibirapuera na ladeirinha e também na marquise onde treinávamos as manobras de freestyle. Na Wave Park a tribo local era inicialmente dos Surfistas que aderiram ao skate pela similaridade das manobras em uma onda…levou muitas sessões e muitos tombos, apesar das transições serem “perfeitas” para entender a revolução que esta pista trouxe para o nosso mundo do skate… muitos locais eram do Sumaré e do Morumbi no início mas isso mudou com a conclusão da pista… o local mesmo que me ajudou e incentivou muito foi o “Sumio” o gerente da pista na época que me liberava para andar nas sessões matinais quando eu cabulava as aulas do “Objetivo” e ia me aventurar no Bowlzao …
Os locais no início eram: Maçarico, Zecao, Dadinho, Edu Helu, Peninha, Marcos, Cassio Leitão, Anésio, Allois, Nick, Charles, Sérgio, Bola7, e as manobras eram inspiradas no surf… batidas e carvings e boards slides… Depois vieram a nova geração.. o Ralph, Formiga, Bruno, Kao Tai, Lumbra, Rogerinho, Cale, Roberto da Twin, Arizinho, Adherbal, Vitche, Ricardo Barbeiro, Rogério Antigo, Sérgio Ueta… a lista vai longe…o Tchap e o Kao Tai que para mim foi uma influência muito grande… O Cláudio Dinara…o Gordinho, o David Gringo, Gian… amigos que à gente nunca mais esquece… O Márcio Tanabe, o Yura, Renatinho…o Jofa…foram os 3 anos que marcaram muito à minha adolescência…

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

O Bowlzao era basicamente um buraco com dois corners e um um pequeno bowl do lado esquerdo e uma parede do lado direito que acompanhava a transição até o drop. No início ela tinha a altura na base de 3.6 mts com 60cm de vertical…ou melhor mais de vertical, e o Charles não contente com isso acrescentou mais 40cm nos corners e arredondou um pouco a borda para dificultar a vida de alguns e aumentar o desafio para outros…

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Na época, a gente andava nas ruas e no Ibira. Um dia andando no Ibira alguem falou que tinha uma pista sendo construida em Avenida Santo Amaro. Uma turma de dez skatistas fomos de skate do Ibira até lá. O início do snake run já estava pronta e o resto em construção.
Na época, não tinhamos noção de pistas, só fotos nas revistas gringas. Uma pista sendo construida do lado do Ibira, um Paraiso !!!!

2. E quando viu os locais andando?

No começo, não tinham locais. Era uma novidade para todos. Eu andava lá com skate de freestyle. Com o tempo, mudamos para skates maiores e qualquer tipo de materiais de proteção.
Já tinha umas turmas andando bem. Surfistas locais: Peninha, Massarico, Leitão, Thomas....
Equipes de freestyles que andavam nas pistas tambem: Costa Norte, DM, Surfcraft...
O Pessoal do Rio: Cesinha Chaves, Ernesto, Mark...
E finalmente as equipes de pistas : Waveboys e os locais

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Wave Park foi bem desenvolvido por Charles Putz.
Seria uma pista Moderna nos dias atuais. Bowl com vertical, snake run que termina num bowl Medio e um bowl de coping.

4. Como era andar nessa pista?

No começo da Wave Park, tudo era novidade....os skates maiores, equipamentos de proteção, as manobras, diferentes linhas....
Todas as vezes, voce via manobras novas, linhas diferentes, novidades de skates nacionais e gringos
Ver alguem fazer uma manobra ou linha nova e tentar faze-las....

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

Wave Park foi uma escola para mim. Aprendi a andar de pista / vertical e muitas amizades....

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Numa sessão na pista, começou a chover. Esperando a chuva parar, achamos um buraco no Bowlzão e fomos conhecer o ISNAU !!!!
Uma giria criada por nós na pista, quem sabe ISNAU, sabe....

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Todos que andaram na Wave Park me impressionaram. Surfistas, freestyles, o pessoal das ruas, de outros estados, gringos....
Todos tem diferentes estilos de andar e variações de manobras.
Sem duvidas, Jun Hashimoto e Luis Roberto Formiga eram quem mais impressionavam....

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Foi surreal, até então, andávamos em rampas de madeirite ou o mais próximo de uma pista que tínhamos era Alphaville, inaugurada meses antes, tosca e com um piso horrível.
A Wave foi sendo construída aos poucos e dava pra ver da av Santo Amaro, logo que foi possível andar fiz questão de ser um dos primeiros a frequentar, aquele bowlzão era insano e perfeito.
Ainda sem estar totalmente terminada o Charles abriu a lojinha e vendia rodas e outras coisas e com a ajuda dessa renda terminou de fazer a maior, mais radical e mais perfeita pista de skate da América Latina

2. E quando viu os locais andando?

Eu era um dos locais mas logo fui conhecendo feras como a turminha que futuramente se tornariam os Wave Boys, e a galerinha da Costa Norte, DM skateboards (que acabei fazendo parte durante uma apresentação pelo interior de São Paulo) Prisma, etc
Dali sairiam os monstros sagrados do skate nacional

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Sem dúvida nenhuma, o Charles visionário que era, sempre preocupado em atualizar a pista, estava sempre reformando e tornando a pista mais radical e desafiadora

4. Como era andar nessa pista?

Era o máximo que alguém poderia ter, uma pista fluida onde podíamos andar sem perder a velocidade por horas se quiséssemos, piso perfeito, bordas perfeitas, todos os níveis de inclinação e dificuldade, tornando possível ser utilizada desde o iniciante até o profissional mais habilidoso.
Um sonho realmente.

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

Bom, acho que já descrevi nas respostas acima mas a Wave Park era a materialização daquilo que víamos nas revistas “Skateboarder” e jamais pensaríamos que um dia tivéssemos algo com tanta qualidade, tamanho e perfeição aqui no Brasil.
Uma pista pensada e construída para satisfazer os mais ávidos por radicalismo esportivo

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Bom, essa estória já é notória e até mesmo o Charles já conhece então posso contar kkkk
Obviamente a pista tinha um horário de funcionamento mas certa vez descobrimos que dava pra pular o muro da Santo Amaro e andar tranquilamente à noite e nas madrugadas, não durou muito tempo e o Charles descobriu e espalhou correntes pela pista inteira, mas descobrimos que se colocássemos uma madeira comprida apoiando as correntes como quem levanta uma tenda, conseguíamos continuar andando
A gente improvisava até pra fazer coisa errada kkkkk

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Muitos caras me impressionavam, quer seja pelas manobras ou por seus estilos e todos eles se tornaram referência até hoje para a atual geração.
Caras como: Jun Hashimoto, kao Tai, Bola 7, Nenê “Jofa”, Formiga, Maçarico, Ralf, Pedrão, Bruno Brown, etc

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Foi algo surreal, principalmente quando vi a altura do Bowl, nunca imaginei que existiria uma pista de Skate no Brasil, nível americano!! Graças ao Charles Putz

2. E quando viu os locais andando?

Como eu fiz parte da equipe da Wave Park Gledson Coca-cola, eu andava somente no Ibirapuera, praticando Freestyle. Logo comecei a andar na Pista, caindo e levantando e nunca desistindo!!

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Sinceramente teria que sofrer um grande Up Grade, pois as pistas atuais são mais contínuas!

4. Como era andar nessa pista?

Era Fantástico, eu chegava muito cedo e ia embora somente no final da tarde 18:00h, pois residia no Alto de Pinheiros e tinha que pegar o ônibus para voltar!
Andar nesta pista, sempre dava uma sensação de liberdade, e em busca de novas manobras, os quais delirávamos comprando as revistas Skateboard americana, e outras, eu tinha a coleção inteira, mas tive que me desfazer, devido à mudança de vida!

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

A Wave Park, na época era a única no Brasil, vinham galeras de todo Brasil, essa pista era muito rápida e a cada dia que passava, as manobras iam ficando muito mais radicais, e o medo, desaparecia quando conseguíamos superar o mesmo.

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Num belo domingo estava no Bowl Maior, e acabei caindo de costas, e ao apoiar a mão, desloquei o ombro, peguei o meu skate, bolsa etc... e fui para o Hospital, fiquei de molho por um tempo , porém andava mesmo com gesso mas no Ibirapuera!
Um grande Point também frequentado por muitos da Wave Park!
Lembro também de ter uma visita de um americano, e ficávamos observando e aprendendo as novas manobras, mas foi quando o Bruno retornou dos EUA, a galera teve uma evolução muito grande!

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Bom os que mais andavam eram Mestre Kao Shi Tai; Luis (Formiga Atômica); Bruno da Wave, Bola Sete. Jofa entre outros...

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Vi o Jofa andando, e ele não seguia a ordem óbvia da pista, a linha que fazia não obedecia o traçado original do “snake” . Percebi que o lugar possuia infinitas possibilidades de maneiras de andar neste começo de pista. Ainda não tinha entrado e visto o local em sua totalidade.
Foi quando me deparei mais adiante com o “bowl” triangular, possuia um formato, digamos, em “V” em sua profundidade de aproximadamente uns 3 metros e seu traçado não era oval, e sim um tanto triangular, diferente e aparentemente de dificuldade moderada.
Mais adiante aquela cratera ovoide o “bowlzão”, assustador, com suas paredes de mais de 5 metros de altura 92 graus de inclinação. Ninguem andava naquele momento neste local.
Na época estava acostumado com a rampa da rua Japão, de madeira, um half pipe de 45 graus em um terreno baldio era onde andar tratava-se somente a tentative de “tirar 3 rodas”.
Conhecer a pista em sua totalidade foi um tanto assustador.
Não seria barato, financeiramente, frequenter este lugar, já existiam “skaters”que andavam a alguns meses lá e o valor da sessão era um pouco caro, alem de um skate adequado que não existia no Brasil. Nessa época ja tinha o patrocinio da Prisma, fabrica de shapes em mogno, que na época tambem patrocinava o Cassio Leitão e o Tchap. Comprei um bennet pro que veio do rio de janeiro, rodas costa norte e um shape prisma maior com lixa central. Esse foi o Começo da obcessão Wave.
Passei a frequentar sempre que podia e o “freestyle” , modalidade que praticava anteriormente, ficou legado a segundo plano. Nesta época o Kao Tai e Ricardo Barbeiro tambem passaram a ir na Wave, uma época de mudanças. Ir frequentemente e conhecer uma galera diferente foi interessante.
Nesta época não tinha “crowd” o lugar era um paraiso sem limites e duas horas diarias passaram a ser pouco tempo de diversão, conhecer o Bruno foi otimo, foi em quem mais me inspirei.
Logo ocorreria o primeiro wave champ em 1979, já havia participado de alguns campeonatos como o da Luau e o do aterro do Flamengo no rio, campeonatos de “freestye” mixtos com rampas, mas nada a haver com este na Wave. A Prisma passou por alguns contratempos e fui convidado junto com Alois, Pedrão, Anésio a integrar a equipe da MG. Equipe que me negou a inscrição e corri sem patrocinio, Sagrando-me primeiro lugar Amador.
Nesta época o ”crowd” era mortal, muitos skatistas indo para o Hospital com fraturas, os incidents eram frequentes, principalmente nos finais de semana quando as filas eram comparaveis a do garimpo de serra pelada, insuportavel. Os iniciantes acreditavam ser seguro andar no “snake”, muito pelo contrario, a queda neste trajeto quase sempre dava-se no “flat”, tombo seco, no “bowlzão” os capotes, em sua maioria, eram na transição, resultando em queimaduras. Passei a frequentar em dias de semana e ja possuia uma especie de “free pass” que ajudou muito na evolução.

2. E quando viu os locais andando?

A Equipe dos “waveboys” Bruno, Ralph, Jun, Jofa e Formiga. Foram os que primeiro andaram lá, alem do Maçarico, Peninha, Xibiu e Leitão.
Creio que as turmas da Paulista, Sumaré e outros skaters, conheceram o Charles na época do Morumbi, épocas da ladeiras, e tambem tiveram o privilégio de andar na pista ainda em construção.

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Sim, seria um bom local para skate “roots”.

4. Como era andar nessa pista?

Pura diversão saudável, foi lá que fiz as primeiras caricaturas dos amigos. Vivia lá.

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

Saudoso paraiso.

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Depois do primeiro wave champ o “crowd” intensificou-se ainda mais, os “doubles”com o Bruno no snake eram aterradores. Desciamos o “snake” principal pegando velocidade com “carvings” ate o “bowl” triangular e retornavamos ao inicio da pista subindo pelo proprio snake e desciamos de novo. Niguem mais andava nesta hora.
Varias historias, as sessões malditas, Andar com as bikes da Monark lá foram momentos inesqueciveis. Em alguns anos mudei para o “longboard” pura velocidade e o “bowlzão”e “bowl do copping” passaram a ser os mais legais para andar, sem contar o “snake” ida e volta.

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Estilo fluido: Leitão. Agressividade: Bruno. Tecnica e estilo: Jun. Manobras e inovação: Formiga. Disaster: Bola 7.

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Foi parecido com um sonho, que se tornou realidade

2. E quando viu os locais andando?

Foi legal, participei desde o início, mesmo antes de estar pronta, andei lá a noite. Os locais sempre andavam, tinham as manhas da pista.

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Acho que sim, teria espaço com melhorias

4. Como era andar nessa pista?

Era muito bom, as manobras iam evoluindo e a gente suava bastante.

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

Foi top, marcou época, com evoluções constantes, o uso do capacete e casquilhos ajudou, sem falar nos skates que tambem melhoraram muito nessa época

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Teve um cara chamado Ségio, que bem no começo ja andava bastante e se destacava no bowlzão e depois sumiu. Dai vieram os locais, Jun, Kao, Formiga, Ralph, Jofa, Bruno e outros.

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Eu comecei com patins adaptados na tábua de madeira maciça, daí veio os Torlays e os importados. Andava na quadra do colégio perto de casa, Av. Boaçava, Descia também pela calçada até o limite da curva cada vez com maior velocidade. Depois veio Costa Norte com skates melhoreas e os importados tambem, usei rodas Alva. Teve a Prisma também, muito top.

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Quase desmaiei! Sério!
Não só pela pista, mas pelo nível de skate que vi acontecendo ali!
Era o meu 1º vertical de verdade! Antes, vert só rolava para mim em rampas de madeira DIY.
Quando vi aquilo tudo, meu queixo caiu!
E eu estava indo andar lá para filmar com o Lívio Bruno para o filme Nas Ondas do Surf.
Mó responsa!

2. E quando viu os locais andando?

Engolhi seco!
Os caras andavam muito!
Estavam anos na frente da galera "normal"com que eu andava no Rio de Janeiro.

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Claro! A Wave pode ser comparada com a pegada de Bunrside e as pistas de Oregon.
Acho que só não agradaria aos streeteiros puladores de escada e descidores de corrimão!

4. Como era andar nessa pista?

Era o verdadeiro surf de concreto!
A pista proporcionava muita velocidade e flow.
Algo de sonho, como que saído direto da revista Skateboarder Magazine!

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

A Wave era incrível tinha 2 snakes e um bowlzão que chegava aos 92º no fundo!
Contava com uma puta estrutura, com pro shop, bar e sessões com hora marcada.
Vc pagava para andar em uma sessão e quando acabava o tempo, colocavam correntes na pista para que o pessoal parasse de andar, para assim poder começar uma outra sessão.
A gente só parava na base da corrente mesmo!

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Eu já era mais velho e dava meus pegas direto.
Uma vez fui queimar dentro de um buraco que tinha atrás do Bowlzão, no dichave, mas quando saí a galera só dava risada de mim! Kkkk
Outra história foi quando eu dei o meu 1º carving num corner com vertical, saiu até uma foto no poster do filme.
Juro que quando cheguei na metade da parede, e senti aquela força centrífuga me puxando, eu pensei "o skate não vai aguentar... vai quebrar e as rodas vão sair voando e eu vou morrer"!
Mas passado o carving dei uma batida de back e sobrevivi... voltei correndo para mais!
Acabei aprendendo, pegando as manhas, passei a frequentar direto a pista e acabei dominando o vert lá!
Devo muito do meu skate para Wave Park.

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Jun Hashimoto, Kao Tai, Formiga Atômica, Pedrão e Ralph.
Esses tinham a manha, estilo e firmeza nos rolés.
Tirando o Pedrão, com que não tive mais contato, e o Ralph que já fez a sua passagem, me tornei super amigão deles.

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Eu fiquei hipnotizado… Não existia nada assim E era como um sonho de criança Todo o complexo, no meio dos prédios era um visual futurístico De cima até embaixo, o terreno era inclinado então era fazer a linha até embaixo, contornar o bowl médio , pular o hip e continuar subindo. O snake run da direita com suas bacias, proporcionavam ollies perfeitos As linhas perto da árvore conectando no bowl médio O skatecross do snake run que emendava no bolzinho era desafiador Havia a mureta emendada no bowlzinho , saindo do bowl medio Que era um obstáculo muito moderno O wall ride do bowlzinho O bowlzão era assustador a princípio Literalmente era surfar no concreto Uma parte meio que emendava na outra Do começo do snake pular o bowl médio em direção ao bowlzão Era como estar sonhando

2. E quando viu os locais andando?

Só tinha visto nas revistas. Que ainda não haviam sequencias de fotos com o movimento completo. Ficava imaginando a manobra como era, como se executava. Sem nenhum tutorial. Vai la e tenta. Se joga e se mata. Do que somente as imagens estáticas das revistas.

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Sim. O conceito e proposta eram á frente do tempo. Eu imagino com a evolução do nível do esporte e do equipamento em si, o que seria possível fazer hj em dia.

4. Como era andar nessa pista?

Andar na Wave Park era entrar numa outra dimensão. Sair da catastrófica sampa e passando o portão para outro mundo. Simples assim. Era ficar extremamente feliz e ficar a noite pensando na sessão. Ja pensando na próxima.

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

5 Era uma pista para todos os níveis. Tinham pessoas que apenas ficavam no começo do snake. Mas necessitava adrenalina pra deixar bombar la pra baixo. O bowlzão era intimidador a princípio mas era aonde rolavam as sessões mais iradas com os wave - boys , assim como no bowlzinho. Pré e pós coping block e azulejo

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Era tão difícil pra mim na época pagar uma mensalidade, finalmente nas férias de meio do ano consegui. Primeiro dia eu estava tentando uma manobra do Micke Alba , uma das primeiras sequências não lembro se na Skateboarder magazine ou ja na Action Now que era um rock- slide shift ai voltava de fakie. PQP ouvi um barulho e todos também, de galho quebrado. Vieram me perguntar o que era aquele barulho. Era minha perna. Toca ligar pro meu pai me resgatar. La se foram 30 dias de férias deitado na deprê.

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Kao Tai, Jun Hashimoto, Luis Roberto [Formiga Atômica] , Bruno Brown , Jofa, Ralph, Lumbra, Bola 7.

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

No primeiro momento em que eu vi a pista já fiquei impressionado com as duas primeiras snake-runs. Fui caminhando pela pista analisando como eu poderia negociar aquela combinação de curvas, inclinação e diferença de nível bastante avançada para a época especialmente no Brasil. Eu já havia ouvido falar no Bolwzão mas quando o vi pela primeira vez posso dizer que fiquei assustado com o tamanho e com a quantidade de vertical. Era a motivação que me faltava. Corri de volta para o início da pista, coloquei o equipamento, que na época era bem simples e sai rolando snake a baixo!!!!

2. E quando viu os locais andando?

Os caras eram super talentosos e para completar tinham a chance de andar todo dia na Wave. Me lembro do Jun Hashimoto dando carvings de front muito altos no Bowlzão, Bola 7 (RIP), Ralph, Kao, Peninha, Bruno. O Formiga eu acho que eu vi andar na segunda vez que eu fui na Wave. Era uma galera forte e todos skatistas de raiz. Além dos mais sempre me receberam muito bem e era um prazer ir a São Paulo.

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Sim! Logicamente que poderiam serem feitas algumas reformas tipo fizeram em Campo Grande para moderniza-la. Mas imagina o Pedro Barros andando na Wave com se anda hoje em dia!!!!

4. Como era andar nessa pista?

O que mais marcava era a velocidade. A snake da direita terminava naquele bowl meio triangular. Antes de chegar nele eu procurava dar muitas batidas na parte final e mais larga do snake para controlar a velocidade e poder controlar o skate dentro do bowl triangular. Muito divertido. O snake da esquerda era mais apertado e terminava no bolzão e mais tarde no bolzinho com coping. O bolzão fazia com que o mundo girasse em câmara lenta.

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

já está respondida acima

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

Por não poder frequentar o park frequentemente só o fato de estar lá já era um acontecimento super legal!

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Jun, Formiga, Kao e Bruno

1. Qual foi sua sensação quando viu pela primeira vez a Wave park?

Eu fiquei impressionado, era muito organizado. Outra, fiquei impressionado com o vertical que tinha o bowl.

2. E quando viu os locais andando?

Fiquei impressionado com o goforit da galera...

3. Acha que a Wave Park teria lugar nas pistas hoje?

Tive a oportunidade de pegar o skateboard no Brasil no começo, eu acho que o skateboard sempre tem uma série de modificações...
Eu teria feito várias modificações

4. Como era andar nessa pista?

Eu achava muito divertido o snake run. Gostava também do snake que era na parte da piscina, outra, dava para passar para todos os lados.
A parte do bowl dava uma adrenalina casca grossa

5. Descreva, com suas palavras, a Wave park?

Para época era um pico gringo, de primeiro mundo!

6. Conte alguma estória interessante que te aconteceu lá.

A facilidade que a galera andava. Outra, depois iam geral andar na marquise do Parque do Ibirapuera.

7. Quem eram os que mais te impressionavam andando na pista?

Kao, Jun, Formiga. Outra, os americanos da equipe da Sims, o Eric Weiner, Jofa , o Tchap Tchura, o Bola 7, Sergio Ueta, Bruno Brown.

 

 

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