A parte boa do skate é andar de skate

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Começa mais um debate no Facebook, dezenas de pessoas colocando suas posições, crenças e pontos de vistas, algumas até mais acaloradas, outras mais racionais, mas o que é comum em todas as discussões? Duas coisas, vai aparecer o Zé Ruela que vai envolver política no meio, e o outro que vai dizer que skate e política não se misturam, mas e ai? Não se misturam mesmo?

O skate no Brasil começou como apenas um brinquedo e que tomou proporções gigantescas, não demorou para na cidade de São Paulo um otário chamado Jânio Quadros proibir o skate na cidade com a justificativa de que o som das rodinhas machucavam seus ouvidinhos... hahaha... Sério, não lembro o que ele colocou na justificativa, mas basicamente era algo que focava em proibir no Parque do Ibirapuera e como os skatistas se uniram para protestar ele proibiu na cidade toda.

O próximo prefeito a assumir o cargo foi Luiza Erundina, esta veio e liberou o skate na cidade, apesar de ter esquecido de liberar no Parque do Ibirapuera aparentemente, e tudo se relaciona a movimentação dos skatistas e a ajuda de políticos, assim como inúmeros outros casos, como na construção de pistas públicas e até o mais comum que é apoio vindo de vereadores para a realização de eventos.

Um caso recente onde aqui em São Paulo a movimentação dos skatistas garantiu a “sobrevivência” de um espaço skatável foi no caso do Vale do Anhangabaú, em que apesar da prefeitura destruir tudo, que pessoalmente bastava uma reforma, os skatistas locais com movimentação popular conseguiram pleitear e conquistar um “bom” espaço para continuar no rolê.

Se continuarmos, temos exemplos também das meninas do Park que implodiram a cabeça de muitos ao pedir premiações iguais as meninas e até movimentos que visam muitas causas envolvendo minorias como a galera, LGBTQIA+, negros e paraskatistas.

Tendo em vista todos esses momentos e movimentos, como ainda dizer que skate e política não se misturam? O que talvez muita gente não entendeu, é que o skate não é só o andar, não é só o competir, o skate é a massa que nos une de uma forma única, um amor e uma paixão que é inexplicável, e ele acaba abrangendo muito mais do que um ollie ou um grind, então isso acaba sendo inviável de querer comparar o skate a qualquer outra prática de esporte, praticamente muitos de nós acabamos nos tornando pastores do skate, falando por ai o quanto é incrível o skate, coisa que não costumamos ver as pessoas falando na maioria dos outros esportes.

Agora assim, se estamos falando de babar para políticos, pessoalmente eu realmente acho que isso não tem vez no skate, hoje é bem comum ser xingado por não apoiar político X ou Y, sendo que estes são servidores públicos, estão lá para servir os nossos interesses, mas sim, temos de ser gratos a eles sempre que fazem algo que curtimos ou algo do tipo, porém não temos que ficar pagando pau para nenhum deles e ainda assim temos de cobrar eles pelos resultados prometidos em campanha!

Basicamente ao meu ver, misturar skate e política depende muito do contexto, mas dizer que nunca se mistura é de uma hipocrisia tão grande que chega a doer! E lembrando que logo mais estão vindo as eleições e agora sim vamos ter vários “Candidatos pelo Skate”, pois claro, estamos em hype, então fiquem ligeiros e se for votar baseado nisto, pense e procure aqueles que realmente fortalecem a cena, e não esses que só aparecem para surfar a onda! #eusouskatista


Marcelo Sanzoni 

Skatista, com o trabalho em mídia no Canal Eu Sou Skatista desde 2016, militante do skate e sempre focado em divulgar a cultura e a essência do skate, transmitindo pelo menos duas lives por semana no Instagram a mais de um ano e dando voz a lendas, skatistas do dia a dia e fomentadores do skate, aquele que já entrevistou do menino do bairro até Sergio Negão e Tony Hawk, sempre por amor ao skate!.