Bora lá! Evento gringo ou com skatistas gringos aqui no Brasil é o que liga, é o que enche e é o que todos querem realmente ver. Chegam a pagar e até a se aglomerar de formas absurdas para poder estar perto de seus ídolos das antigas! Chegam até a ser inconvenientes em muitos dos casos, mas eles são americanos, né? Bora amar os caras!

Quando um evento desses ocorre e entope um determinado local de gente com público pagante ou não, sempre aparecem os “chatões” para falar que é errado pagar pau para gringo, mas eles estão errados? Sim e não, porque não é errado ser fã de seja lá quem você queira, gringo ou brasa, fo#@-se, mas o lance no caso é que é bem comum ouvir num debate desses que deveriam valorizar mais as lendas nacionais e esse é o ponto que eu queria chegar.

 

Você valoriza as lendas nacionais do skate? Não estou dizendo sobre respeitar, estou falando de valorizar, de dar valor. Porque muitos destes hoje estão fodi#*s, trampando muito para se sustentar, ou até alguns acabam na pobreza e na loucura. Muitas das lendas do skate estão hoje com contas negativas, fazendo bicos para sobreviver e até com trampos que não se equiparam a importância dessas figuras para a importância delas na história do skate.

 

Alguns reclamaram da Lifestyle quando ela relançou alguns de seus modelos, ao ponto de xingar o próprio Mauro, mas sabiam que os skatistas lendas da marca estão recebendo para cada venda de shape? E possivelmente alguém que não comprou para ficar xingando está lendo isso, sem saber que esta grana poderia fortalecer em muito a vida destes skatistas, assim como os shapes de muitas outras lendas, como o próprio Sérgio Negão!

 

Alguns colecionadores chegam a pagar fortunas em shapes de skatistas que admiram, shapes de época, bonitos e com aquele Q de nostalgia, mas para fortalecer o próprio skatista que assinou aquele shape, nada! E não me venham com papos de que não sabiam que boa parte deles estavam na mer#@. A comunidade inteira sabe a situação da maioria das lendas, mas não pagaria um real para estar presente num evento com eles que certamente geraria um cachê para os mesmos!

 

Muito comum também eventos simplesmente convidarem lendas do skate ou até mesmo pagar o custo, mas com todo respeito aos organizadores, essas lendas deveriam estar recebendo para estar lá, e a questão nem é grana, porque quando se trata de trazer um gringo a grana aparece! Mas compreendo que o problema pode ser que ele não traga o público que um gringo traria e então voltamos para o erro do skatista em si de cobrar a valorização das lendas enquanto ele mesmo não valoriza!

 

“Pagar R$20,00 para ver as lendas andando hoje em dia? Prefiro ir no Campon e encontrar com eles de graça.” -Retirado de discussão no Instagram

 

Pode ter certeza que essas lendas vão te receber com o maior sorriso no rosto, pois a maioria deles é assim, mas isso não é justo com eles. Se todos nós andamos de skate é por conta do corre das lendas e não por conta do seu rolê, que andava na sua rua e hoje quer que todos te respeitem por ser oldschool, mas destas lendas que viajaram o mundo levando o skate brasileiro nas costas! Skatista oldschool tem que ser respeitado? Eu respeito as lendas do skate, cada um em sua especialidade, sejam modalidades ou trabalhos prestados no meio do skate!

 

Uma última vergonha são algumas das entidades do skate que hoje poderiam estar dando mais oportunidades e até mesmo visibilidade a skatistas que transformaram o skate em tudo que usufruímos hoje, pois eu compreendo que as entidades tem que presar pelas suas funções primordiais de homologar, mas não devem esquecer que o skate é diferente por ser mais que um esporte, ser um estilo de vida, que tem em seus pilares de sustentação o social e o cultural. Temos vivos alguns daqueles que deram início em tudo isso e que com certeza gostariam de estar interagindo hoje com toda essa proporção que o skate tomou.

 

Por todo o cenário do skate de hoje, realmente, a palavra de ordem é que as lendas do skate nacional não devem ser valorizadas, mas quando mencionarem isso numa roda pós sessão tem que fazer o discurso completamente contrário as atitudes que vêm sido tomadas, pois é politicamente correto e faz com que as pessoas pareçam mais inteligentes... #eusouskatista

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Marcelo Sanzoni  Skatista, com o trabalho em mídia no Canal Eu Sou Skatista desde 2016, militante do skate e sempre focado em divulgar a cultura e a essência do skate, transmitindo pelo menos duas lives por semana no Instagram a mais de um ano e dando voz a lendas, skatistas do dia a dia e fomentadores do skate, aquele que já entrevistou do menino do bairro até Sergio Negão e Tony Hawk, sempre por amor ao skate!.