Por Max Rivera
A cena é a seguinte: uma pequena skateshop de bairro.
Lá dentro 5 ou 6 moleques sentados em um sofá folheando revistas, tomando refrigerante (ok, não era refrigerante, mas vamos deixar assim para não incitar a gurizada a fazer coisa errada!) conversando sobre um novo vídeo que saiu, combinando o rolê de logo mais, falando besteiras, e simplesmente… convivendo.
(essa descrição foi inspirada em uma parte do filme Mid90s, de 2018)
Essa é uma cultura praticamente extinta: a galera ir na skateshop local - especialmente as de bairro, até porque as de shopping provavelmente não iriam curtir esse tipo de aglomeração - e bater um papo, ver as novidades que chegaram, pegar na mão aquele modelo de truck novo e sentir o peso, olhar de perto as rodinhas que a marca tal acabou de lançar, falar sobre aquele novo vídeo da Thrasher que saiu antes de ontem (e porque não, olhar esse vídeo no celular com a galera!).
Claro, tem o outro lado da moeda também, afinal a culpa não é apenas dos skatistas. As skateshops também precisam oferecer este espaço para a galera: sim, porque esse modelo de só vender os produtos de skate, sempre visando apenas o lucro, sem agregar em nada à comunidade skater local, eventualmente pode acabar comprometendo a própria existência da loja. Isso também inclui ter vendedores(as) que entendam de skate, que saibam um pouco sobre os produtos que estão oferecendo.
Afinal, se for somente para comprar peças, roupas e nada mais, a gente vai para as lojas virtuais, não acham?
Mas voltando ao ponto do que eu estava falando com vocês: frequentem as skateshops que se permitem serem frequentadas!
Criem o costume de aparecer lá sem nenhum motivo em especial, seja para namorar aquele shape Dog Town oldschool que tu anda louco para comprar e pendurar na parede, mas o preço ainda é muito salgado para o teu bolso, ou mesmo que seja somente para conversar com o pessoal da loja, trocar uma ideia sobre um novo setup que tu está pensando em usar, e quem sabe, até já compre alguma coisa, porque sabe que isso fortalece a loja, e a loja vai fortalecer a cena local (e nunca vou me cansar de falar: não consumam em lojas que não apoiam a cena!!!).
As lojas também podem ser aquele lugar para encontrar os amigos antes (ou depois) da session – mas se for depois, passem um desodorante primeiro, né?
Enfim, deixo aqui meu singelo pedido a skatistas e skateshops: não deixem morrer essa parte importante da nossa cultura!
Max Rivera Skatista oldschool, anda de skate por puro amor ao carrinho. Criador da Lisco Skateboarding Co. e entusiasta do skate feminino. Vive o skate no seu dia a dia, entusiasta do skate for fun, antes de mais nada. Porque a base de tudo ainda é aquela session com a galera, a resenha, as risadas e a diversão. A evolução e as tricks são consequência. . |