PRIMÓRDIOS DO RAP NACIONAL.

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Olá a todos que acompanham essa nossa coluna da 40 Polegadas!
Primeiramente gostaria de me desculpar com todos, pois estes últimos meses foram muito intensos e infelizmente não consegui cumprir com minha agenda de matérias. Mas agora estou de volta e tentarei colocar todo o cronograma em dia novamente!
Eu havia prometido falar do RAP nacional quando ele despontou, no inicio dos anos 90. Porém para a minha surpresa, nas pesquisas foram encontradas pérolas que vou compartilhar com todos aqui:

O primeiro RAP feito no Brasil, e quiçá dito pelo próprio Jair Rodrigues no mundo, nada mais é que “Deixa isso pra lá” feito em 1964. Na verdade era um Samba Jazz, mas o refrão inicial realmente pode ser considerado no estilo de ritmo, rima e poesia, onde vocês podem conferir logo abaixo:

 

 

 

 

Já em 1980, Arnaud Rodrigues (aquele humorista que fez sua fama com Chico Anysio e depois na Praça, com Carlos Alberto de Nóbrega) e Carlos Miele, fizeram uma música pragmática pois a situação do Brasil está exatamente semelhante a de 35 anos atrás, pois naquela época era a crise mundial do Petróleo, a de hoje, infelizmente é apenas da nossa Petrobras que na contramão do mundo é o único lugar que aumentou o preço dos combustíveis. Com base em Rapper’s Delight, de Sugarhill Gang, utilizada anos depois por Gabriel o Pensador em “234 5 meia 78”, acabou se tornando um hit da época.

Em 1984, apesar de ter sido mais famosa na voz de Gerson King Combo, A “Melô do Mão Branca”, cantada pelo mesmo, animava os bailes cariocas, onde desde Tony Tornado, Banda Black Rio, nos anos 70, possuíam ótimos bailes de “balanço”.

No mesmo ano de 84, a cultura HIP HOP vinda dos Estados Unidos com Kool Moe Dee, Sugarhill Gang, Kurtis Blow e vários outros, e na Inglaterra com o emblemático Malcolm McLaren e sua “Buffalo Gals”, e nunca se esquecendo de mencionar Michael Jackson em sua fase mais áurea, fez uma febre mundial e o Brasil não ficou longe. Era comum assistir programas de auditório com concursos de dança Funk, Soul e Break. Principalmente no “Viva a Noite” apresentado por Augusto Liberato, que seria mais conhecido como “Gugu”.
Nessas apresentações haviam além dos concursos, alguns novos grupos que se arriscavam a esse novo ritmo no Brasil, dentre eles, os “Black Juniors” que se não me falha a memória, eram de Diadema. Foram tão famosos na época, que facilmente se ouviam e quase todas as rádios e chegaram a se apresentar nos Trapalhões!

Na mesma época, um grupo de meninas, fazendo alusão a Buffalo Gals do Malcolm, citada acima, se denominaram como Buffalo Girls, e fizeram sucesso com “Quero dançar Break”.

Os Electric Boogies, de Santo André, que ficaram famosos com a musica “Break Mandrake” onde Iraí Campos fez o primeiro “Scratch” registrado em um disco nacional, junto com os Villa Box,  que infelizmente não se encontra tanta informação assim, também foram responsáveis pela difusão do RAP principalmente aqui em São Paulo. Era comum vê-los também em programas como Barros de Alencar, Raul Gil e afins.

Electric Boogies – Break Mandrake -

Villa Box – Break de Rua -

Todos os bailes de periferia, festas de casamento e aniversários, se viam rodas de break, grupos coreografados de Funk Music e muito samba rock.Nessa mesma época, aqui em São Paulo, era muito comum se ver ao arredores da Praça da Republica e Anhangabau, grupos de dançarinos de Funk e Break pelas ruas pelo simples prazer de se apresentarem. Uma dessas pessoas era uma pessoa que se tornou um ícone da cultura de rua de nossa cidade: Nelson Triunfo. Era muito comum vê-lo dançando com seu enorme cabelo Black Power pelas ruas do centro, e seu toca fitas de gaveta, com um alto falante embutido. Eu mesmo o vi e ficava fascinado com seus passos e principalmente quando ele caia duro e reto no chão de costas!

Esse link é um documentário que será feito sobre ele muito interessante.